quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A evolução das tintas e seus gênios na História da Arte (texto trabalhado com os alunos)



Misturar os ingredientes certos era tão importante para os grandes artistas quanto a própria pintura

Por: Equipe WS

Hoje os artistas plásticos contam com materiais das mais diversas origens para executar seus trabalhos e podem adquirir pigmentos de todas as partes do mundo graças às lojas especializadas espalhadas pelo Brasil que importam esses produtos. Mas, nem sempre foi assim. Por muitos séculos, as tintas eram provas do talento do pintor, pois, além de realizar suas obras, era necessário que ele soubesse elaborar sua própria matéria-prima e destacavam-se aqueles que criavam tons novos, únicos.

Rembrandt e outros holandeses do século XVII usavam como ligantes vernizes óleo-resinosos. Leonardo da Vinci, arquiteto, engenheiro, cientista e artista italiano do século XVI, também empregava um veículo similar, substituindo os vernizes naturais por óleos. Nesse período, a química que cada um utilizava para criar cores era um segredo muito bem guardado e ajudou cada gênio das artes a imprimir sua marca na História da Arte. As novidades eram os vernizes à base de breu e óleo de linhaça, que foram descritos pelo pintor Cennino Cennini, por volta do século XV, e alguns desses manuscritos estão preservados até hoje no Vaticano e em Florença.

Contudo, antes dessa moda na Europa, os egípcios e chineses já eram exímios cientistas das tintas. O material mais utilizado por eles era albumina de ovo misturada com pós naturais coloridos, como: chumbo branco; ossos escuros, madeiras, plantas, argila, malaquita, azul ultramarino, zarcão (vermelho de chumbo) e fumo. Muitas dessas nuances, quando adicionadas com um ligante adequado, geralmente goma arábica, serviam como pintura sobre as finas porcelanas, preparadas pela notável arte oriental.

Ainda mais antigas são as descobertas de arqueólogos que ocorreram recentemente: desenhos em cavernas e gravuras sobre rochas que datam de antes da Era Glacial. Essas imagens fora m feitas em monocromia, com óxidos de ferro naturais e ocre vermelho. Outros artistas paleolíticos usavam um conjunto de materiais que consistia de cal, carvão, ocre vermelho ou amarelo e terra verde. A técnica empregada era simples, pois as cores eram preparadas com os próprios dedos e algumas vezes prensadas entre as pedras. Naturalmente esses desenhos não possuíam nenhuma durabilidade a não ser em ambientes favoráveis (como os desenhos das cavernas).

Após a Revolução Industrial o processo artesanal tornou-se raro. As primeiras fábricas de verniz foram estabelecidas na Inglaterra, em 1790; na França, em 1820; na Alemanha, em 1830 e na Áustria, em 1843. Mas a Grã-Bretanha e a Holanda foram as primeiras a produzir vernizes com técnicas mais apuradas. O advento de emulsões aquosas e tintas com base em soluções proporcionaram uma nova dimensão para a variedade, utilização e complexidade no campo das tintas.

Por muitos séculos a formulação de uma tinta foi uma arte sigilosa, cuidadosamente guardada e passada de geração a geração. Como elas eram preparadas em quantidades pequenas, utilizando-se moinhos arcaicos e métodos de misturas manuais e trabalhosos, eram caras e apenas disponíveis para um pequeno segmento mais abastado da sociedade.

Com o surgimento da indústria de tintas e vernizes no século XIX, os revestimentos orgânicos ganharam maior difusão popular e praticidade para a alegria dos artistas plásticos, sejam eles profissionais ou diletantes.

Extraído de: http://www.walkshow.com.br/materia.asp?c=1163, em outubro de 2011

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